UM PAÍS QUE NÃO EXISTE MAIS

quarta-feira, 6 de julho de 2011

SOMENTE COLHEMOS AQUILO QUE PLANTAMOS

         Sempre foi difícil fazer teatro. Multiplica-se o número de farmácias, o número de sapatarias, o número de supermercados, mas teatro é obra rara. Por que será? Porque uma pessoa pode sentir repulsa por textos que possam levá-la a pensar e a mudar sua postura diante do que lhe é imposto no seu viver diário? Por que se contentar com a cultura pastelão tão presente na programação da TV e nas salas de projeção nos shoppings? Por que fazer de um capitão Nascimento um herói acima de toda e qualquer suspeita e de valores éticos que muitos brasileiros parecem ter esquecido? Vivemos tempos assim. E quando se TENTA levar adiante a difícil empreitada de trazer à luz a reflexão de uma época obscura, que vivemos há cerca de 40 anos, começam os obstáculos.  Estudantes de nível superior não conseguem absorver o real sentido da história, não se angustiam, não se indignam e não conseguem fazer a leitura de mundo tão necessária ao desenvolvimento de sua carreira, de seu futuro. É uma lástima o que vimos. É lamentável que jovens que vivem em um ambiente acadêmico possam se assoberbar em sua ignorância ideológica e se refugiar em sua alienação reacionária. O tempo vai cobrar os frutos dessa atitude. Estamos ensaiando, prosseguimos ensaiando, continuamos ensaiando. E a encenação dessa peça vai coroar nosso sacrifício e nossa persistência. Hasta siempre.

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