“Devemos promover a maior democracia em nossa sociedade”
“Se escolhemos soberanamente, com a participação e o apoio do povo, a opção martiana [de José Martí, líder das lutas pela independencia de Cuba] do partido único, o que debemos fazer é promover a maior democracia em nossa sociedade, começando por dar o exemplo dentro das fileiras do Partido”, disse o general de Exército Raúl Castro, ao concluir a primeira Conferência Nacional do Partido Comunista de Cuba.
Acrescentou que isto pressupõe “fomentar um clima de máxima confiança e a criação das condições requeridas em todos os níveis para o mais amplo e sincero intercâmbio de opiniões, tanto no seio da organização como em seus vínculos com os trabalhadores e a população”.
O primeiro secretário do Comitê Central do PC de Cuba defendeu que “as discrepâncias sejam assumidas com naturalidade e respeito, incluindo os meios de comunicação de massas“.
Raúl Castro disse que a imprensa deve envolver-se nesse debate “com responsabilidade e a mais estrita veracidade, não ao estilo burguês, cheio de sensacionalismo e mentiras, mas com provada objetividade e sem o secretismo inútil”.
O chefe do Partido Comunista de Cuba repassou as decisões da Conferência Nacional e reiterou que “a única coisa que pode conduzir à derrota da Revolução e do socialismo em Cuba seria nossa incapacidade para erradicar os erros cometidos nos mais de cinquenta anos transcorridos desde o 1º de janeiro de 1959 e os novos em que poderíamos incorrer no futuro”.
Raúl Castro enfatizou: “Não existiu nem existirá uma revolução sem erros, porque são obra da atuação de povos que não são perfeitos”.
No seu discurso de encerramento da Conferência Nacional do Partido Comunista Cubano, Raúl Castro denunciou o imperialismo: "Considero necessário denunciar, uma vez mais, as brutais campanhas anticubanas instigadas pelo governo dos Estados Unidos e alguns outros tradicionalmente comprometidos com a subversão contra nosso país, com o concurso da grande imprensa ocidental e a colaboração de seus assalariados dentro da ilha", afirmou.
O mandatário assinalou que o propósito dessas ações é desacreditar a Revolução e justificar a hostilidade e o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Washington há meio século.
Raúl Castro denunciou também a intenção de criar uma quinta coluna para facilitar o objetivo de privar a ilha caribenha de sua independência e soberania.
"As campanhas anticubanas não atingirão a Revolução nem o povo, que continuarão aperfeiçoando seu socialismo", disse perante os mais de 800 delegados que participaram na conferência do PCC, fórum que transcorreu neste final de semana, voltado para o fortalecimento interno da organização.
Em sua intervenção, o mandatário enviou em nome dos comunistas e de todo o povo cubano uma saudação fraternal aos cinco antiterroristas condenados a longas penas nos Estados Unidos.
"Mais de 13 anos de injusta prisão de nossos cinco heróis, por cuja liberdade nunca deixaremos de lutar", assegurou.
Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González foram detidos em 1998 por vigiar grupos violentos que desde Miami, no sul da Flórida, operam com impunidade contra Cuba.
Mudanças estatutárias
O presidente Raúl Castro referiu-se também aos métodos de trabalho do partido. “Não caiamos na ilusão de crer que as decisões adotadas neste fórum e tampouco as resoluções de alcance estratégico adotadas pelo 6º Congresso, constituam a solução mágica para todos os nossos problemas.
Para impedir que novamente caiam no vazio as instruções do partido, - asseverou - o Birô Político decidiu, assim como fez a respeito da marcha da atualização do modelo econômico e o cumprimiento dos planos anuais e o orçamento, que os plenos do Comitê Central analisem duas vezes ao ano a aplicação dos objetivos de trabalho.
Impõe-se trabalhar e perseverar com ordem, disciplina e exigência, deixar para trás a velha mentalidade e forjar com espírito transformador e muita sensibilidade política a visão para o presente e o futuro da Pátria.
Tudo isso - enfatizou - sem abandonar, nem por um instante, o legado martiano e a doutrina do marxismo-leninismo que constituem o principal fundamento ideológico de nosso processo revolucionário.
Raúl Castro manifestou que a essência do assunto não está em ter formulado adequadamente esse objetivo ou qualquer outro, mas em determinar as vias e formas através das quais levamos à prática, com a máxima firmeza, de maneira que possamos avaliar integralmente quanto e como avançamos.
Igualmente, o dirigente instou a detectar a tempo as tendências negativas e ser capazes de mobilizar a militância e o povo na consecução do objetivo em questão.
Raúl Castro confirmou que na medida que se avance na definição dos ajustes necessários à Constituição e ao marco legislativo complementar, entre outros assuntos, será implementada a decisão de limitar a um máximo de dois períodos consecutivos de cinco anos, a ocupação dos principais cargos políticos e estatais.
Igualmente – acrescentou – deverão ser modificados nesse sentido os Estatutos e outros documentos principais do partido.
Ao falar desses temas, - expressou - não se pode deixar de mencionar a importância de assegurar que a autoridade moral do Partido, de seus militantes e em especial dos dirigentes, em todos os níveis, se fundamente no exemplo pessoal, a partir de provadas qualidades éticas, políticas e ideológicas e do permanente contato com as massas.
Cubadebate e Prensa Latina
deu no http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=174302&id_secao=7
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