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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Justiça da Guatemala julga ex-presidente por crimes contra a humanidade


A Justiça da Guatemala julga ao longo desta semana o ex-presidente do país Efrain Rios Montt (1982-1983), 85 anos, pelo massacre de 1,7 mil indígenas. General da reserva, Montt governou o país no período da ditadura militar e é acusado ainda pelo genocídio de 201 agricultores, no Norte do país. Para a juíza Carol Patricia Flores, o Ministério Público apresentou provas suficientes que asseguram a realização do julgamento.
Montt é apontado como responsável  por um dos governos ditatoriais mais duros das Américas. Em 1999, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz a guatemalteca Rigoberta Menchú apresentou acusações contra o ex-presidente por tortura, genocídio, detenção ilegal e terrorismo de Estado.
Em setembro de 2005, o Tribunal Constitucional da Espanha decidiu julgar os acusados ​​de crimes contra a humanidade, mesmo que as vítimas não fossem espanhóis. Em junho de 2006, o juiz Santiago Pedraz viajou para a Guatemala para coletar depoimento de Montt​​. Mas 15 apelações, apresentadas pelo ex-presidente, impediram Pedraz de interrogá-lo.
Para o julgamento que ocorre ao longo desta semana, o Ministério Público alegou que Efrain Rios Montt foi responsável por uma operação militar que matou 201 agricultores numa comunidade de Dos Erres, localizada no norte da Guatemala. Os advogados dele tentaram impedir o julgamento sob o argumento de que a Lei da Anistia o protege.
Montt alega inocência em relação às acusações. O julgamento é acompanhado por parentes das vítimas, representantes dos direitos humanos e ativistas políticos. No primeiro julgamento no qual foi denunciado também por genocídio, Efrain Rios Montt  pagou fiança em dinheiro e conseguiu escapar da prisão.
O ataque contra os trabalhadores rurais, em Dos Erres, segundo as investigações, foi motivado por um roubo de 23 armas de fogo do Exército. O crime ocorreu em dezembro de 1982. As informações são da Agência Brasil.

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